sábado, 15 de maio de 2010

Nos portais do grande templo



A vontade, a aspiração e o desafio de cumprir mais uma etapa de nosso crescimento nos impulsionava para realização de nossos ideais, romper o véu do Conhecimento.



No final do sexto dia ouvimos o que mais desejávamos,

o soar de um gongo distante,

depois de algum tempo, 2 guardiães abriram um grande portal a nossa frente,

descemos uns 20 degraus de uma escada de pedra encardida e pudemos descortinar o primeiro recinto que se assemelhava a um pátio retangular,

devia ter uns 15 metros de largura e uns 30 metros de profundidade, era todo cercado de enormes colunas meio arredondadas com aproximadamente uns 20 metros de altura,

descrevê-las seria muito dificil, as palavras que podiam resumí-las seriam,

imponentes e maravilhosas.

Separando essas colunas haviam grandes vasos redondos, todas as colunas, e os vasos também, tinham desenhos, mas confesso que, como estava preso de emoção muito forte não prestei muita atenção nesses desenhos.

Não havia teto, o teto que podíamos descortinar era o próprio céu de outono e as estrelas da constelação de leão brilhavam em nossas cabeças.

Aquele lusco fusco de quase noite, somado a imponência daquele lugar só faziam aumentar muito nossa emoção.



Logo que todos entraram o portal foi fechado e um dos guardiães, o que parecia mais velho, se dirigiu a nós solicitando nossas credenciais,

retiramos nossos anéis e lhe entregamos, ele os colocou numa caixa de cor escura que estava em suas mãos, deu as costas para nós, atravessou todo o pátio, e se retirou através de um outro portal que estava a nossa frente.



O segundo guardião permaneceu impassível ao nosso lado, segurando um pergaminho, ele estava com os olhos fechados como se estivesse em meditação.



Aqueles momentos foram para nós, que viemos de tão longe, um misto de profunda alegria e respeito,

na verdade, era dificil segurar as lágrimas que insistiam em rolar no meu rosto.

Lembrava especialmente de meus tempos de criança, perdemos os pais muito cedo e fomos criados por meu avô.

Ele fora, com certeza, a pessoa mais importante de minha vida e de meus irmãos.

Ele quem nos ensinou a crença de um Deus Único e era o principal responsável por eu estar alí naqueles instantes.



Mergulhado em profundas reflexões dos passos de toda minha vida, fui interrompido pelo soar de outro gongo distante.

 Significava que nossas credenciais foram aceitas e, com certeza, participaríamos da Grande Iniciação.


Obrigado
João Aguilar.

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