sexta-feira, 21 de maio de 2010

Entremos em nosso próprio Templo...



O guardião que permanecia todo o tempo conosco depois daquelas palavras recolheu seu pergaminho e pediu-nos para que o seguíssemos, atravessamos todo o pátio e diante do portal que estava bem a nossa frente ele deu as tantas batidas devidas para aquela ocasião.

Essas batidas forma respondidas do outro lado e em seguida aquele grande portal foi entreaberto a nossa frente.



Entramos e fomos solicitados a postar-nos sentados um ao lado do outro de costas para uma parede escura, na verdade todo esse recinto era revestido de um tipo de pedra de coloração escura, e o chão pela luz das 2 velas que estavam acesas, era de um tom azulado, que caracteriza a presença de cobre.

Naquele tempo, já era um metal muito comum naquela região.



O segundo guardião, aquele que recolhera nossas credenciais, nos aguardava naquele recinto. Após alguns instantes de silencio ele nos dirigiu a palavra :



"Dignos irmãos, o umbral é o último recinto que os iniciados atravessam antes de entrar no templo.

A sua preparação começou bem longe daqui, começou na verdade desde o tempo de outras vidas de cada um de vocês, todos temos um véu que de certa forma protege nosso eu exterior, a medida que experienciamos o caminhar na senda esse véu vai aos poucos possibilitando que possamos enxergar mais e mais a nossa real essência.



Este é um momento único nessa sua vida presente.



Ainda nessa vida para muitos de vocês, outros momentos virão, quem sabe ainda mais intensos que os de agora.

Para outros, quem sabe numa vida futura terão a chance de cruzar novamente o umbral de um Templo.



Quero que trabalhem um pouco sua respiração nesses momentos.



Fechem os olhos e me acompanhem, respiremos profunda e pausadamente e quando expirarmos procuremos tirar todo o ar de nossos pulmões levando com ele todas nossas preocupações, todas nossas tensões vividas até aqui.

Façamos isso por 3 vezes.



Imaginemos agora caminhando por um jardim de muitas flores nesse nosso caminho vamos subir alguns degraus.

Em cada degrau eu lhes levarei a pensar em uma virtude.

Continuemos nosso caminhar até encontrarmos nosso primeiro degrau, nele pensaremos na virtude da Consolação.

Dignos irmãos, quantas vezes recebemos candidatos que chegam aos portais de nosso templo vindos de longas buscas, carregando dores e esperanças, para ajudarmos aos nossos amados irmãos que chegam nesse primeiro estágio temos de estender-lhes as mãos, dar-lhes apôio e segurança para que eles possam começar a edificação de um novo ser.

 “Preste assistência a qualquer ser humano, a despeito da raça, credo ou cor, em silêncio cumpra sua obrigação, e retire-se sem alarde”.



Continuemos nossa caminhada e ... no segundo degrau encontramos a Paz, a eterna busca do homem, depois de compreendidos, de consolados, começamos a vislumbrar a paz dos místicos.

“Busque sua paz interior levando harmonia compreensão e carinho a todos seres viventes e mais especialmente àqueles que lhes são caros”



Nossa caminhada continua, ao chegarmos no terceiro degrau vislumbramos a Força.



Precisamos dela para continuação de nosso caminho cheio de tribulações, de provas e tentações constantes.

“Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor”.



Pois bem, continuando, vislumbramos o quarto degrau, aqui lembramos que as provas que passamos durante uma vida nos transformam muitas vezes em estrangeiros solitários em nosso próprio ambiente, porisso neste quarto degrau temos a Companhia, do companheirismo, da fraternidade.

“Respeite todas as pessoas, seja tolerante com o pecador e útil ao aflito, seja um ponto de luz para os que buscam um apôio”.



No quinto degrau encontramos a Saúde.

Saúde numa expressão amplificada, saúde de nossos corpos físico, emocional, mental, energético e espiritual.

“Será com a saúde plena de todos nossos corpos sutís e superiores que voltaremos a perfeição do Adam Kadmon”.



Caminhando um pouco mais chegamos ao sexto degrau, aqui temos a Iluminação, esta é a meta da evolução do homem, com ela adquirimos o domínio das circunstâncias, a superação das ansiedades.

Nenhuma lágrima, nenhum momento de dor, angústia ou alegria estão perdidos, pois tudo foi consumado nesse cadinho humano.

“A iluminação é transcender o finito e alcançar a imensidão do infinito.”



Caminhando mais, chegamos ao sétimo degrau e nele descobrimos gloriosamente a Prece. 

A verdadeira prece, a forma mais singela do contato direto com o Deus de nossos corações.



“Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida e a morte!
O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu!
Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também.
Onde nada está tu habitas e onde tudo está - (o teu templo) - eis o teu corpo.

Dá-me alma para te servir e alma para te amar.
Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome.

Torna-me puro como a água e alto como o céu.
Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos.
Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai.

Minha vida seja digna da tua presença.
Meu corpo seja digno da terra, tua cama.
Minha alma possa aparecer diante de ti como um filho que volta ao lar.

Torna-me grande como o Sol, para que eu te possa adorar em mim; e torna-me puro como a lua, para que eu te possa rezar em mim; e torna-me claro como o dia para que eu te possa ver sempre em mim e rezar-te e adorar-te.

Senhor, protege-me e ampara-me.
Dá-me que eu me sinta teu. Senhor, livra-me de mim.”


Entremos em nosso próprio Templo..."


Assim, meus amigos, termina nossa narrativa, pois desse momento em diante cada um de nós,

cada um de nós, mesmo...

vive ainda sua própria Iniciação.

...
Eu quero encerrar, rogando que possamos sempre contribuir com pensamentos, palavras e obras para a construção de um mundo melhor onde a solidariedade e o amor verdadeiro estejam sempre presentes.

...

Peço-lhes que leiam também o post colocado neste blog no dia 2 de maio de 2009 que fala também sobre

Iniciações.

A frase colocada no degrau da Força é de autoria de Goethe.



Esta prece colocada aqui é de autoria de Fernando Pessoa.

Obrigado
João Aguilar.

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